28 de setembro de 2016

O começo do fim




Se minhas desculpas fossem suficientes
Para trazer você de volta pra minha vida...
Será que você me perdoou?
Eu simplesmente vi as palavras saindo
"Tchau, me traz um kimono"
Senti que morria...
Doeu tanto te magoar, ainda dói...
Depois você olhou pra mim
Já nem disse nada
Estava silenciosamente partido
Como quem diz: cheque mate
Agora daria qualquer coisa
Para apagar aquelas palavras de você
Eu não quis te perder, eu não quero!
Porque você levou o amor de mim
De alguma forma farei com que você perceba
O quanto me fez crescer
E possa me olhar nos olhos
como quando nos conhecemos
como se ainda tivéssemos tempo...
ahh o tempo, dizem que cura tudo
mas não é verdade.
Eu grito por dentro que estou arrependida,
Você não quer me ouvir, já não há tempo
Eu nunca tive a intenção de te magoar
Mas sempre te magoei.
Lembro-me das nossas noites juntos
Da primeira vez que nossos olhos se encontraram
Você ainda tem aquela chama interna ?
Aquela que eu percebi e que me encantou?
Eu só queria ter isso de volta...
Mas não há tempo, o passado me condenou
Não há futuro
Os melhores momentos não voltam, se perderam
Parece que estou sempre me aproximando
Mas nunca perto o bastante.

A vida cobra nossas escolhas






   E passaram-se quase 20 anos até se dar conta de que perdeu para sempre o único e verdadeiro amor de sua vida. 
  A moça que chegava de madrugada de sandálias na mão ficou no passado, machucou tanto seu anjo que ele decidiu se calar,    decidiu não mais proteger e cuidar, decidiu deixar de amar, mas ele a avisou, ele falou e deixou registrado em sua despedida. 
  E assim como ele havia dito, chegou o dia que ela notou a ausência, sentiu um vazio imenso e sentiu falta da voz, do cheiro do gosto dos beijos, das noites regadas a café, das ligações as cinco e meia da manhã...
  Procurou em diversos lugares e só encontrou sombras, tentou se embebedar de tequila, e o via a cada gole, colocava as músicas que costumavam ouvir e chorava pensando nele, imaginou seus braços e seus beijos,  que já não são mais dela, jamais serão dela de novo.
  Os olhos vertendo água salgada, a fumaça acabando com sua vida aos poucos, quem sabe a dor passe a confortá-la, sempre sua companheira.
  Ela recusou, ela o deixou ir, ela é a única culpada pela despedida. Mas não pode mais se ausentar, fez uma promessa, agora está fadada a sentir toda a dor que ele sentiu durante tantos anos, terá de assistir de camarote a felicidade de outra pessoa nos braços dele, terá de conviver com a companhia solitária da dor, como ele conviveu.
  Está  magoada, mas já o magoou tanto, já o fez sofrer tanto, quase o matou tantas e tantas vezes que se conforma com seu destino. Os papéis se inverteram mesmo, o jogo virou.
  Ela chora, chora muito como ele disse que seria, como ninguém jamais chorou, com uma dor tamanha que a faz perder o fôlego em soluços e pranto, mas ele jamais a ouvirá novamente, ele não mais atenderá ao seu chamado, e ela se verá sozinha, sem o amor de sua vida, sem seu anjo, sem paz, sem chão, sem nada. Apenas as lembranças do que poderia ter sido e não foi, apenas o sonho de uma sala pintada de amarelo e uma praia com lichias só pros dois, apenas o desejo de ser a mulher mais feliz do mundo... 
  As lágrimas nunca serão de felicidade, o tempo de chorar não vai cessar e ela vai apenas sobreviver sem ele.

Decodificando




Meu coração espera, Apaixonado como sempre, Undívago , sozinho, Rasgado, sangrando, Inútil busca sem fim, Cambaleando prossegue, Inquieto e Otimista até que como um Záfiro você me invade, Aconchegando minha insanidade, Chamando: dengosa, acorda! Hoje nada mais importa, Acordar, dormir, não importa, Rios escorrem do verde, Invadem a alma que grita, Ansiosa por você, as Sendas estão sendo trilhadas, E  para nós, a Unica possível Tem Entradas e bifurcações, Agruras infindáveis, Mesclando ontem e hoje, Oscilando entre o sim e o não.

15 de julho de 2016

40

Eu sou uma menina
Apesar dos meus quarenta anos
Apesar dos vários amantes que tive
Apenas uma menina

E eu sou uma menininha
Uma pequena, uma doninha
Penas de cotovia
Só uma menininha

Meus filhos contestam meus apelos maternos
Mas eu me defendo
E continuo uma menina
Apaixonada de momento
Jogo-me aos tormentos

Minha alma contesta os apelos da minha pele
Eu sonho agora
Porque sou só uma menina
E volto nas costas do tempo
Cabelos compridos ao vento

Uma menina que sonha.